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Foto do escritorPé no Chão Diretoria de Comunicações

Explorando a Travessia Serra da Piedade - Sabará, MG

Explore os 18 km dessa trilha deslumbrante que conecta a Serra da Piedade ao centro histórico de Sabará, passando por paisagens com vista para vários outros picos e cidades, formações rochosas e vegetação típica de Minas Gerais. Uma caminhada imperdível para os gostam de contemplar nossas serras, a natureza e de trilhar! Mais ao fina leia a descrição de Eugenius Warming sobre sua passagem pela Serra da Piedade e viaje com esse naturalista.


Vista do topo da Serra da Piedade dando para visualizar parte de seu alinhamento . Fotografia: Chico Trekking (2016)


A travessia entre a Serra da Piedade, localizada em Caeté, e a cidade histórica de Sabará, em Minas Gerais, é uma caminhada com nível de dificuldade moderada que atrai caminhantes que gostam de aventura e de contemplar a natureza. O percurso, com cerca de 18 km, inicia-se na Serra da Piedade, a uma altitude de 1.746 metros, o ponto mais alto da região metropolitana de Belo Horizonte, e desce até Sabará, situada a aproximadamente 750 metros de altitude.





A rota segue pela crista da Serra da Serra da Piedade, passando por mirantes, estradas de terra, vista para vales e para a área minerada pela AVG, pela vista incrível da Pedra Rachada até chegar em Sabará em estrada asfaltada.


Durante a caminhada, os caminhantes atravessam diversas trilhas com subidas e descidas acentuadas, passando por morros com formações rochosas e áreas de mineração. A rota oferece vistas panorâmicas deslumbrantes e contato direto com a vegetação típica da região. Devido à sua complexidade e extensão, é recomendável que apenas pessoas com bom preparo físico e experiência em trilhas longas realizem essa travessia.


A Pedra Rachada é um ponto marcante na trilha que liga a Serra da Piedade a Sabará, MG. Localizada ao longo do percurso, essa formação rochosa impressiona os aventureiros com sua grande fissura no meio, que dá o nome ao local.




O mirante oferece uma vista panorâmica espetacular da região, permitindo aos trekkers uma pausa para apreciar a beleza natural ao redor. É um ponto estratégico para descanso, mas também desafiante, já que a subida até o local pode ser íngreme e exige cuidado. Além de sua beleza geológica, a Pedra Rachada se destaca como um dos pontos mais fotogênicos da trilha, sendo um dos preferidos dos caminhantes que percorrem essa travessia desafiadora.


Para quem deseja realizar a travessia, é importante planejar-se adequadamente, levando em conta fatores como condições climáticas, alimentação, hidratação e equipamentos apropriados. Além disso, é aconselhável informar-se sobre a necessidade de autorizações ou taxas de acesso às áreas percorridas. Recentemente, moradores de Sabará e Caeté passaram a ter isenção da taxa de preservação para visitar o Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade, situado na Serra da Piedade.



Ponto de Água: Ao longo da trilha, não há pontos de água potável, nascentes e locais ideais para banho.

Perfil do Caminhante: A travessia é nível moderada, indicada para aqueles familiarizados com atividades físicas intensas, longas caminhadas e que possuem habilidades para lidar com terrenos irregulares, grandes desníveis e travessias de rios. Não é aconselhável para pessoas com medo de altura.

bjetivo do Evento: O evento propõe uma caminhada em trilha para lazer e contemplaação da paisaigem, natureza e história do lugar, proporcionando uma experiência de imersão.

O que Ver no Ponto Cuminante: vista do Santuário, das cidades de Caeté, Penedo, Sabará, vista para o impacto ambiental gerado pela mineradora, vista para Belo Horizonte e vários picos das outras serras ao redor.


Dados técnicos das cidades de início e final da travessia


Início em Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade, Caeté, Minas Gerais:


  • Localização Geográfica: Saindo de Belo Horizonte, após percorrer 37 quilômetros pela rodovia BR-381, entre à direita, no trevo em direção a Caeté. Mais à frente a estrada se divide: uma via segue para Caeté e a outra para a Serra da Piedade.

  • Características Geográficas: A região está inserida na Serra da Piedade com altitude máxima de 1.746 m, maciço que faz parte da continuação da Serra do Curral (com aproximadamente de 95 km de extensão). A Serra da Piedade é espaço onde se teve início povoamento de Minas Gerais. Conhecida e reconhecida por vários naturalista ao longo do século XIX, teve a Capela de Nossa Senhora Piedade construída em 1778 (CEMIG, 1992). Em 1956, o Conjunto Arquitetônico e Paisagístico do Santuário Nossa Senhora da Piedade foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan (ARQUIDIOCESE, 2024)

  • Ponto de Início da Trilha: O início da travessia será a partir do estacionamento do Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade, em Caeté.



Final em Sabará, Minas Gerais:


  • Localização Geográfica: O destino final da travessia será descendo em direção ao primeiro bar chegando em Sabará.

  • Características Geográficas:  Sabará é um município brasileiro no estado de Minas Gerais, Região Sudeste do país. Localiza-se na Região Metropolitana de Belo Horizonte e ocupa uma área de 302,453 km², sendo que 31 km² estão em perímetro urbano. (IBGE, 2020)


Dados técnicos








Moderada 18 km 1.526 m






Dica básica do Levar:


Itens: kit pessoal de primeiros socorros, celular carregado, capa de chuva, lanche leve e água. Evitar levar guarda-chuva nas mãos para não deixar as mesmas ocupadas enquanto caminha se equilibrando em rochas e nas descidas.


Devemos levar em conta que são 18 km de extensão em terreno acidentado e de altura considerável, já que estamos falando de uma serra e que o trajeto é por sua crista. Não há estruturas durante o caminho e em alguns pontos há falta de sinal de internet e operadoras.


Ao realizar uma travessia, é fundamental estar bem preparado. Aqui estão algumas recomendações gerais para esse tipo de atividade:


  1. Equipamento adequado: certifique-se de ter equipamentos adequados para trekking, como calçados resistentes e confortáveis, mochila confortável, alimentação para trilha, água , lanterna, entre outros.

  2. Água e alimentação: leve água suficiente para cerca de 7 horas de percurso e alimentos leves e energéticos para manter sua energia ao longo da caminhada.

  3. Caminhada responsável: siga as práticas responsáveis de caminhada na natureza, respeitando o meio ambiente e deixando o local como você o encontrou. Não deixe lixo pelo caminho.

  4. Previsão do tempo: Esteja ciente das condições climáticas locais e prepare-se adequadamente. Certifique-se de ter roupas apropriadas para as condições que você pode encontrar.

  5. Condições da trilha: Verifique as condições da trilha com antecedência e esteja ciente de qualquer dificuldade ou desafio que possa surgir ao longo do percurso.

  6. Comunicação e segurança: Mantenha um meio de comunicação, como um telefone celular, e informe alguém sobre seus planos e horários. Esteja ciente dos procedimentos de segurança em trilhas.

  7. Respeito à natureza: Preserve a natureza, seguindo as regras locais e práticas sustentáveis. Deixe o mínimo de impacto possível durante a sua caminhada.



Aspectos geográficos e naturais da Serra da Piedade


Na divisa entre Sabará e Caeté, a Serra da Piedade é um marco geográfico e cultural no Quadrilátero Ferrífero, com altitudes de até 1.746 metros. Geologicamente, a serra é formada por itabiritos da Formação Cauê, evidências de mudanças atmosféricas do Proterozóico, e oferece vistas panorâmicas para a Serra do Espinhaço e o Vale do Rio das Velhas ​(AZEVEDO et. al, 2019).


A Serra tornou-se um local de peregrinação religiosa a partir de 1767, com a construção da Capela de Nossa Senhora da Piedade. A lenda da "muda da Penha", que teria recuperado a fala após uma aparição da Virgem, reforça a aura mística do local. Em 1958, o Papa João XXIII declarou a santa como padroeira de Minas Gerais.


Além de seu valor espiritual, a Serra é rica em biodiversidade, com campos rupestres e mata atlântica remanescente. No entanto, enfrenta desafios como o impacto da mineração e o turismo desordenado (AZEVEDO et. al, 2019). Apresenta-se como uma unidade de conservação de proteção integral, se destaca no cenário nacional pelo patrimônio histórico-cultural, religioso e natural, que atrai milhares de peregrinos há mais de 250 anos. Pela sua importância, a Serra da Piedade engloba uma série de Espaços Territoriais Especialmente Protegidos (ETEPs), com reconhecimentos em escala estadual, nacional e internacional. (ADERI; IEF, 2020)


O Santuário Nossa Senhora da Piedade é um verdadeiro jardim natural, onde as espécies florescem, causando um impacto de deslumbramento em todos aqueles que apreciam a natureza. A Serra é privilegiada por nuvens, ventos constantes e sua rica diversidade. (ARQUIDIOCESE, 2024).



Uma nova espécie de pássaro Scytalopus, endêmica de Minas Gerais, Brasil, foi encontrada ao longo das serras do Espinhaço. Na na Serra da Piedade, o Scytalopus petrophilus sp. nov. (tapaculo-serrano), foi registrado em altitudes ao redor de 1.700 a 1.720 metros (WHITNEY; VASCONCELOS; SILVEIRA; PACHECO, 2010).


Fonte: (GRANDI; SIQUEIRA SJ; PAULA, UFMG). Disponível em: https://www.anchietano.unisinos.br/publicacoes/botanica/volumes/039/39-005.pdf


Foto: JH, Serra da Piedade, 2023

Os campos rupestres da Serra da Piedade apresentam ocorrências de espécies limitadas a determinadas altitudes como as bromélias, orquídeas e lírios. Nas áreas de altitude mediana, onde os afloramentos de itabirito são frequentes, a diversidade específica é muito alta.


Destacam-se a presença do lírio vermelho, que só não desapareceu porque suas batatas penetram nas rochas e, quando na tentativa de arrancá-los, levam apenas as flores. No ano seguinte ela renasce, brota e flori novamente para o encanto de nossos olhos. A resiliencia de uma bela flor que se adapta a segurança e as características de seu território. Podem ser encontrada as  Hippeastrum damazianum J. Beau (GRANDI; SIQUEIRA SJ; PAULA, UFMG) e Hippeastrum morelianum da família das Amayllidáceas de flores muito vistosas (CEMIG, 1992).


Esses belos lírios tem diferenças sutis entre eles, dificil para um leigo identificar a espécie correta. Quem souber a espécie correta pela imagem, favor entrar em contato para alterarmos.

Foto: JM, Serra da Piedade, 2022

Sabará e a Serra da Piedade são mais do que testemunhos do passado colonial e religioso de Minas Gerais; são símbolos da interação entre história, cultura e natureza. Visitar esses locais é uma oportunidade de explorar o legado dos bandeirantes, apreciar paisagens de tirar o fôlego e mergulhar em tradições que continuam vivas.


História e Geografia de Sabará e Serra da Piedade: Tesouros do Quadrilátero Ferrífero


Saint-Hilaire e os alemães Spix e Martius também estiveram na Serra da Piedade de passagem. Tomaram notas, fizeram críticas e louvores, apontaram impressões (CEMIG, 1992). A importância da serra é notada desde o interesse que os viajantes naturalistas tiveram ao avistá-la, até o deslumbre dos Bandeirantes e seu sítio geográficos e proximidades com as primeiras cidades habitadas em Minas Gerais.


Em 1818, o viajante Saint-Hilaire, ao percorrer uma extensa área do território mineiro, visita o município de Caeté e os vilarejos circundantes encontrando alguns casebres abandonados da época da corrida do ouro. De lá, ele avista o imponente maciço da Serra da Piedade (CEMIG, 1992). Saint-Hilaire percorre trilha longitudinal da base da Serra até seu topo, passando por todas as variações de vegetação existentes ali. No alto o naturalista encontra uma pequena plataforma onde avista uma paisagem que abrangem em 360° desde Sabará, Penedo, Serra do Curral, Caeté, Serra do Caraça ao longe.


Em uma conversa informal com o amigo, prof. Dr. Marcelo Vasconcelos, naturalista, pesquisador e docente do Departamento de Ciências Biológica da PUC Minas, no alto da Serra da Piedade, próxima à Basílica de Nossa Senhora, ele ao admirar a Serra do Caraça (onde também é guia e pesquisador) lê um trecho de descrição feita pelo botânico dinamarques Johannes Eugenius Bülow Warming, mais conhecido como Eugenius Warming. Segue abaixo parte da descrição feita pelo botânico, em janeiro de 1866 e compilada e narrada por Marcelo:


"O primeiro raio de sol que iluminou a serra da Piedade já nos encontrou atravessando os bosques ao pé da montanha. Até então, predominava a mesma paisagem de campo ondulado que conheci em Lagoa Santa, e vi poucas plantas diferentes. Mas depois da Lapa, a natureza começou a se transformar. Quanto mais perto chegávamos da montanha, que se desenhava à nossa frente, o pico escondido por nuvens, mais ondulada se tornava a paisagem. As plantas do campo desapareceram. Onde a mão do homem não desmatara a área, deixando roças e pastagens artificiais, o mato cobria tudo: não apenas nos vales, como no campo, mas também nas encostas e cumes. Nosso caminho nos levou, durante muito tempo, por um vale onde um riacho, vindo das montanhas vizinhas, corre cheio de vigor e impetuosidade. Em alguns locais suas águas despencam pelas faces escarpadas das rochas numa cachoeira espumante, para depois continuar seu caminho murmurante pelo leito forrado de pedras e até de diamantes, jogando-se, por fim, no barrento rio das Velhas. Blocos de pedra de todos os tamanhos, algo que não se encontra no campo, tornam-se freqüentes. Eles se originam, sem dúvida, das montanhas, já que são constituídos pelos mesmos minerais.
Nessa estrada passei pelas maiores moitas de samambaia que já vi. Várias faces da montanha são completamente cobertas por um tipo de samambaia, quase da altura de um homem adulto, que formam um mato impenetrável e inútil tanto para o homem como para animais. Em alguns lugares era alto a ponto de nos ocultar, enquanto avançávamos pela trilha estreita, enredando-se pelo mato. Triste é imaginar que aqui existia, antigamente, uma floresta esplêndida, ricamente dotada pela mãe natureza, como todas as florestas brasileiras, e que foi exatamente o homem, o ser racional, a criação superior da natureza, quem a destruiu com sua agricultura insensata, criando, em sua cobiça, essa vegetação estéril.
[...] deixei minha montaria e comecei a difícil subida a pé. Apesar de nada me impedir de chegar até o topo montado, antevi tantos prazeres subindo a pé que nem pensei em fazer o caminho de outro modo.
Durante a primeira meia hora, o caminho ainda atravessa uma vegetação florestal, porém diferente do mato cerrado e mais parecida com uma floresta alpina a 4 mil pés acima do nível do mar. Não tem a força e o vigor da floresta virgem; os troncos das árvores são menores e mais finos, e os cipós são presumivelmente menos numerosos. Os bambus crescem por todos os lados, bem como outras gramíneas esparsas e menos vigorosas, como o Pharus, o Olyra etc. Há ainda uma palmeira baixa, a Geonoma, que cresce somente até a altura de um ou dois homens. A floresta é quase intransitável, e se nos afastamos da trilha torna-se extremamente difícil avançar. A riqueza e a variedade dessa floresta não decepcionam; a cada minuto o olhar descobre novos arbustos e árvores. Acima se vêem folhas das mais diversas formas desenhando-se contra o céu, as folhas finas da Acacia e as pinuladas da Dalbergia, as folhas inteiras e coriáceas das Lauráceas ou as folhas palmadas, prateadas e lanosas das Cecropia. Além das gramíneas já mencionadas, a vegetação rasteira inclui arbustos da família das Rubiáceas e das Melastomatáceas, que dominam os espaços entre as árvores, enquanto algumas espécies de Smilax espinhosas e gramíneas cortantes dificultam ainda mais a locomoção. Nunca vi tantas semiparasitas quanto nessa floresta. Assim como os musgos e liquens nas nossas latitudes, encontramos aqui Orquidáceas, sobretudo as Oncidium, com flores curiosas, ou as Stanhopea perfumadas; ainda Bromeliáceas, com folhas espinhosas e rígidas e as ramagens finas das samambaias. Aqui, uma árvore com o tronco quase escondido pelas folhas esplêndidas de uma Arácea, parecendo as folhas da cala. Ali, um Epiphyllum, um cacto suculento, dependurado nos galhos.
Não permanecemos ali por muito tempo, e com apenas um olhar de passagem nos apressamos no caminho, ansiosos para conhecer a flora alpina. Logo a floresta se abriu à nossa frente – estávamos nos aproximando de sua borda. Ao sairmos da mata, vimos à nossa frente um rochedo íngreme, de forma cônica e altura de quase 2 mil pés. Por causa da vegetação baixa e escura, parecia desnudado e estéril ao primeiro olhar. Era um maciço de ferro quase puro: ao arrancar a golpes um pedaço de um dos blocos espalhados por todos os lados, via-se que a rocha era pesada e com a sonoridade e o brilho do ferro. Os blocos tinham tamanhos variados, alguns de dimensões gigantescas.
Era um ambiente totalmente novo e surpreendente, tanto na sua totalidade como nas particularidades. A natureza que eu havia observado nas montanhas de granito e nas florestas virgens do Brasil – como nas redondezas do Rio de Janeiro ou na serra dos Órgãos – não se parecia em nada com a que agora se apresentava. Evidentemente, a paisagem do campo, onde não se vê qualquer bloco de pedra solta, era menos parecida ainda.
Enquanto a mula vencia a trilha que conduz até a capela, enredando-se entre os blocos de pedra, abaixo dos rochedos e à beira de abismos, desviamo-nos do caminho para contemplar a vegetação à nossa volta que, de maneira geral, tem a aparência próxima aos nossos urzais. Várias vezes me senti transportado até as colinas desertas da Jutlândia oriental. A vegetação da serra da Piedade tem o mesmo caráter sombrio e melancólico. O verde frescor da vegetação do campo, que se vê ao menos durante os primeiros meses da estação das chuvas, ali falta completamente, e uma coloração amarronzada e escura domina todo o lugar. As gramíneas aqui são rarefeitas, e a maior parte da vegetação consiste num mato baixo e denso, de arbustos perenes de 1 ou 2 pés de altura, todos com aparência rígida ou enfezada. Quase todos se assemelham à nossa urze. A maioria tem os galhos retorcidos e escuros, outros os têm delgados e rigidamente eretos como varas. As folhas curiáceas são em muitos casos cobertas de pelos rígidos ou lanosos que lhes dão uma tonalidade acinzentada ou prateada. Algumas de cores foscas e verde-acinzentadas, parecem com as folhas do Hippophae (Elaegnácea); outras são de forma linear ou acicular, como os nossos Empetrum nigrum (Empetrácea) ou urzes (Calluna). Algumas folhas são maiores, ovais, verde-escuras e brilhantes, assemelhando-se às folhas do buxo, do vidoeiro nanico ou da uva-do-monte. Até nos mínimos detalhes surgem muitas semelhanças com as nossas charnecas. Entre os arbustos, o solo é coberto por um tapete de Cladonia esbranquiçada, com frutas vermelhas que, de certa distância, têm grande semelhança com o nosso líquen das renas. Também não faltam as samambaias ou os Lycopodium, que se deixam ver aqui e ali entre os arbustos, do mesmo modo que entre as urzes da Dinamarca.” (Warming in Gomes et al., 2006, pp. 148-151).

A cidade de Sabará, situada a apenas 19 km de Belo Horizonte, é um marco histórico e cultural em Minas Gerais. Suas origens remontam ao século XVII, com as expedições bandeirantes em busca do mítico Sabarabuçu, descrito como uma serra resplandecente repleta de riquezas minerais (AZEVEDO et. al, 2019). A região, inicialmente ocupada por baianos em 1555, ganhou importância com a chegada de bandeirantes paulistas como Fernão Dias Paes e Borba Gato (SABARÁ, 2024).


O ouro foi descoberto nos rios e encostas da região, levando à fundação do Arraial da Barra do Sabará, que rapidamente se tornou um dos mais importantes povoados do Brasil colonial. Em 1711, Sabará foi elevada à Vila Real de Nossa Senhora da Conceição, consolidando-se como centro político e econômico (SABARÁ, 2024). Mesmo após o declínio do ciclo do ouro, Sabará manteve seu papel relevante, contribuindo para a luta pela independência do Brasil em 1822. (AZEVEDO et. al, 2019)


Hoje, o Centro Histórico de Sabará guarda tesouros arquitetônicos como igrejas barrocas, o Teatro Municipal (segundo mais antigo do Brasil), e o Museu do Ouro. Além disso, a cidade é conhecida por sua culinária, incluindo o famoso ora-pro-nóbis e festivais de jabuticaba.







Referências


ADERI; IEF. Plano de Manejo do Monumento Natural Estadual Serra da Piedade. Belo Horizonte: ADERI; IEF. 2020. Disponível em: https://comites.igam.mg.gov.br/web/ief/w/monumento-natural-estadual-serra-da-piedade.


ARQUIDIOCESE; SANTUÁRIO BASÍLICA NOSSA SENHORA DA PIEDADE. História - (SITE) 2024. Disponível em: https://santuarionossasenhoradapiedade.arquidiocesebh.org.br/santuario/historia/.


AZEVEDO, Úrsula; RENGER, Friedrich Ewald; NOCE, Carlos; MACHADO, Maria Márcia (2009). Serra da Piedade, Quadrilátero Ferrífero, MG. Da lenda do Sabarabuçu ao patrimônio histórico, geológico, paisagístico e religioso. Disponível em: https://web.archive.org/web/20140224023728/http://sigep.cprm.gov.br/sitio129/sitio129.pdf.


CEMIG. Geografia da Serra da Piedade. In: Duarte,R.H. (org.) Serra da Piedade. Belo. Horizonte: CEMIG, 1992, 136 p.


GOMES, M.C.A.; HOLTEN, B. & STERLL, M. 2006. A canção das palmeiras: Eugenius Warming, um jovem botânico no Brasil. Fundação João Pinheiro, Belo Horizonte, 243 p. Disponível em: https://www.amazon.com.br/Cancao-Das-Palmeiras-Eugenius-Portuguese/dp/8585930519.


GRANDI, T. S. M.; SIQUEIRA SJ, J. C.; J. A., de PAULA. Levantamento Florístico da Flora Fanerogâmica dos Campos Rupestres da Serra da Piedade, Caeté, Minas Gerais. Disponível em: https://www.anchietano.unisinos.br/publicacoes/botanica/volumes/039/39-005.pdf.


IBGE. Sabará. Cidades e Estados. 2020. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/mg/sabara.html.


SABARÁ; PREFEITURA MUNICIPA DE SABARÁ. História - PS (2024). Disponível em: https://site.sabara.mg.gov.br/sabara/historia/.


WHITNEY, Bret M. et al. Scytalopus petrophilus (Rock Tapaculo): a new species from Minas Gerais, Brazil. Revista Brasileira de Ornitologia - Brazilian Journal of Ornithology, [S.l.], v. 18, n. 40, p. 17, nov. 2013. ISSN 2178-7875. Available at: <http://www.revbrasilornitol.com.br/BJO/article/view/3901>. Date accessed: 30 Nov. 2024.



Achou esse track pesado, mas ainda gostaria de uma travessia? Veja a travessia BH - Nova Lima e chame seus amigos.







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